A geografia física do Brasil se ocupa da caracterização e compreensão dos elementos que formam a paisagem natural e das dinâmicas que acontecem no meio natural do Brasil. A geografia humana do Brasil se ocupa da compreensão e análise das interações entre a população brasileira e o meio. O território brasileiro é dividido administrativamente em 27 unidades da federação, sendo 26 estados e o Distrito Federal (DF), onde está situada a capital do país. Essas unidades se encontram divididas em cinco grandes regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pela realização periódica do censo demográfico no país, constatou que a atual população do Brasil em 1 de julho de 2024 é estimada em 212,6 milhões de habitantes, o que caracteriza o Brasil como um país populoso, entretanto, apesar de ser um país populoso que, aliás, é um dos mais populosos do mundo, o Brasil é pouco povoado. Isso significa que a densidade demográfica do território nacional é baixa, o que se deve às suas dimensões continentais. Considerando a área de mais de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, temos que a densidade demográfica atual do Brasil é de 24,9 hab./km² (IBGE, 2023).

De acordo com as informações mais atualizadas do IBGE, 84,72% da população brasileira vive nas cidades. Em função disso, podemos dizer que o Brasil é um país urbanizado. Entretanto, a população do Brasil não está distribuída de maneira uniforme pelos seus núcleos urbanos, tampouco pelo território como um todo. O mapa da imagem a seguir mostra essa distribuição desigual da população brasileira. Quanto mais escuro o tom de laranja, maior é a concentração de habitantes no local. Note a concentração que há na faixa litorânea e nos estados do Sudeste.
Economia
O brasil tem a oitava maior economia do mundo. Na lista atualizada pelo FMI, o país se encontra com um PIB de R$10,9 trilhões (US$2.331 trilhões) no ano de 2023, com grande participação do setor terciário na sua composição, referente ao comércio e aos serviços. Desconsiderando a administração pública e a defesa, a fatia equivalente a esse setor é de 53,51%. O setor secundário vem na sequência com uma participação de 22,51%, enquanto 6,59% são referentes à atividade agropecuária. O mapa da imagem a seguir mostra que esta é uma realidade também para o nível estadual. Outro ponto importante trazido pelo mapa é referente ao PIB dos estados. São Paulo possui a maior economia estadual do país. Na sequência estão Rio de Janeiro e Minas Gerais. Todos eles apresentam setor terciário predominante.
Com relação às atividades econômicas desenvolvidas no Brasil, as atividades primárias são muito importantes para a economia nacional em diversos sentidos, especialmente quando consideramos o abastecimento do mercado doméstico e o comércio exterior. O Brasil é um dos principais produtores agrícolas do mundo, tendo como principais cultivos as commodities agrícolas, que são principalmente grãos, e outras culturas de elevado valor comercial. Assim sendo, o país se destaca na produção de: soja; milho; algodão; café; cana-de-açúcar e laranja. A criação de gado bovino, com a produção de carne, couro, leite e derivados, também figura entre as principais atividades econômicas do país. Ainda no setor primário da economia, o Brasil se destaca no extrativismo mineral, tendo grandes reservas de minério de ferro, petróleo e gás natural.
O Brasil é um país de industrialização tardia, caracterizado pelo desenvolvimento de sua indústria a partir do século XX, atualmente o país passa por um processo de desindustrialização prematura, caracterizado pela redução da participação da indústria de manufatura na economia. Atualmente os principais segmentos da indústria brasileira se dividem entre a indústria petroquímica, sucroalcooleira, setores de base como a siderurgia e metalurgia, além da montagem de automóveis, a produção de eletrônicos, de têxteis e de alimentos. No setor terciário, além do comércio e dos serviços, destacam-se as atividades ligadas ao turismo. É importante ressaltar, entretanto, que existe uma grande diversidade regional e estadual tanto na indústria quanto nas atividades primárias, que dependem de fatores como a disponibilidade de matérias-primas e as características físicas do local.
Hidrografia do Brasil
A água doce é um recurso muito importante para a sobrevivência dos seres humanos e para a manutenção de todas as demais formas de vida no planeta Terra, e, apesar disso, está presente em quantidade limitada na hidrosfera. Somente 2,5% de toda a água disponível no planeta corresponde à água doce. O Brasil pode ser considerado um país privilegiado no que diz respeito à presença de recursos hídricos, uma vez que é detentor de uma fatia de 12% de toda a água doce da Terra.
A distribuição dos recursos hídricos pelo território nacional é feita de forma desigual entre as grandes regiões. Áreas muito populosas, que apresentam grande demanda por água, são aquelas que apresentam a menor disponibilidade hídrica, enquanto a maior parcela desses recursos está concentrada em áreas com menor população. Confira, na tabela, como se dá a oferta de água com relação à concentração populacional no Brasil de acordo com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
A hidrografia do Brasil é formada predominantemente por rios caudalosos e perenes, além de apresentarem regime pluvial. Esses cursos d’água formam uma série de bacias hidrográficas e sub-bacias que integram as chamadas regiões hidrográficas. No mapa, confira as 12 regiões hidrográficas instituídas pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH).
Vegetação do Brasil
A vegetação do Brasil pode ser definida como o conjunto de plantas que recobrem o território nacional e compõem os mais variados tipos de paisagem natural e de biomas continentais. A variedade climática e de solos do país proporciona a existência de diferentes tipos de formação vegetacional, como florestas, campos e vegetações complexas. São reconhecidas, nesse sentido, as seguintes coberturas vegetais no Brasil:
- Floresta Amazônica: caracterizada pela floresta equatorial densa, considerada a maior formação desse tipo em todo o mundo. Presente na região Norte do país.
- Mata Atlântica: floresta tropical mista, caracterizada pela presença das formações florestais ombrófila e decídua. Presente na faixa litorânea do país, abrangendo desde a região Nordeste até a região Sul.
- Cerrado: campos formados por plantas arbustivas e árvores de pequeno e médio porte. Presente de forma predominante na região Centro-Oeste, estendendo-se também para o Sudeste, o Nordeste e o Norte.
- Caatinga: campos formados por plantas adaptadas aos longos períodos de estiagem típicos do clima semiárido. Presente de forma predominante na região Nordeste.
- Mata de Cocais: vegetação de transição entre a Floresta Amazônica, a Caatinga e o Cerrado. Presente no Norte e no Nordeste. Para saber mais, clique aqui.
- Pantanal: tipo de vegetação complexa formada por campos, Cerrado e floresta. Presente no Centro-Oeste.
- Mata de Araucárias: floresta ombrófila mista que tem como espécie característica a araucária, ou pinheiro-do-paraná. Presente na região Sul.
- Vegetação litorânea: tipo de vegetação complexa formada por mangues, restingas e dunas. Presente em toda a faixa costeira do país.
No mapa, veja a localização dos principais biomas do Brasil, que apresentam, cada qual, um diferente tipo de vegetação.
Climas do Brasil
O Brasil é um país de dimensões continentais que tem a maior extensão de seu território situada na zona tropical do planeta Terra, que fica entre os trópicos de Câncer (23°27’ N) e de Capricórnio (23°27’ S). Em função disso, a maior parte do país está sob o domínio de diferentes variações do clima tropical. A exceção fica com a parcela meridional do Sudeste e a região Sul, situadas na zona temperada sul. Conheça, os seis diferentes tipos de clima identificados no Brasil:
- Clima equatorial: clima quente e bastante úmido que está presente na região Norte do país.
- Clima tropical: clima com verões quentes e chuvosos e invernos amenos e secos que ocorre na maior parte do território brasileiro.
- Clima semiárido: clima quente e seco, marcado pelos longos períodos sem chuva, presente na região Nordeste do país.
- Clima tropical atlântico: clima quente caracterizado por verões quentes e invernos amenos e chuvosos. Presente nos litorais nordeste e sudeste do país.
- Clima tropical de altitude: clima com temperaturas amenas marcado por verões frescos e chuvosos, e invernos frios e secos que podem registrar a ocorrência de geadas. Presente nas áreas mais elevadas das regiões Sudeste e Centro-Oeste.
- Clima subtropical: clima caracterizado pela boa distinção das quatro estações do ano e chuvas bem distribuídas, além de temperaturas amenas. Presente no Sul do país.
Relevo do Brasil
O relevo brasileiro foi constituído sobre um substrato rochoso bastante antigo e estável, em que predominaram a atuação dos agentes exógenos na formação do modelado. Por conta disso, o relevo do Brasil é marcado por altitudes modestas, que variam, em sua maioria, entre 200 e 600 metros, e pela ausência de formas como montanhas. O mapa mostra como é formado o relevo brasileiro.
O planalto é a forma de relevo que caracteriza a maior parte dos terrenos no Brasil. Além deles, o relevo brasileiro é formado pelas depressões e pelas planícies. Nesse último caso, temos a diferença entre as planícies situadas no interior do país, boa parte delas planícies fluviais, e as planícies costeiras que formam o relevo litorâneo.

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O relevo brasileiro diz respeito ao conjunto de formas que constituem o modelado da superfície do país. Caracterizado por uma estrutura geológica muito antiga, o relevo brasileiro é resultante da atuação dos agentes endógenos e, principalmente, dos agentes exógenos, responsáveis pelo intemperismo e erosão. Em função disso, os terrenos brasileiros apresentam altitudes modestas que ficam entre 200 m e 600 m em sua maioria, conforme a imagem exemplifica. O relevo brasileiro é constituído por um conjunto de formas esculpidas em um tempo geológico relativamente recente, mas com base em rochas no substrato (ou estrutura geológica) de formação bastante antiga, com terrenos cratônicos que datam do período Pré-Cambriano médio, por volta de dois bilhões de anos atrás.
A morfologia brasileira é resultante tanto de forças endógenas (interior) quanto de forças exógenas (exterior) de formação do relevo, mas com a preponderância do segundo tipo. Os agentes exógenos são essencialmente aqueles causadores do intemperismo e da erosão, como a água, o vento e as oscilações de temperatura, representadas na variação do clima ao longo do tempo geológico.
A baixa atuação dos agentes endógenos no relevo brasileiro se deve ao fato de o país estar situado no centro da placa tectônica Sul-Americana, experimentando, assim, baixo tectonismo (como soerguimentos, falhamentos, deslizamentos de placa, entre outros) e vulcanismo. Apesar disso, como veremos mais à frente, a ocorrência de derrames basálticos foi fundamental para a constituição do relevo de parte do país. Devido à longa exposição à ação dos agentes intempéricos, o relevo brasileiro apresenta altitudes modestas e terrenos pouco acidentados, estando a maior parte deles situada em altitudes que variam de 200 m a 600 m acima do nível do mar. Apesar de haver picos elevados, como o caso do pico da Neblina, localizado no estado do Amazonas e situado a 2995 metros acima do nível do mar, a conclusão definitiva é que não há montanhas no relevo brasileiro.
Os planaltos constituem as formas mais elevadas do relevo brasileiro, e passam pelo processo de desgaste ou intemperismo. A altitude dos planaltos varia entre 300 m e 1000 m. A classificação divide os planaltos em quatro subcategorias, identificando ainda um total de 11 planaltos no relevo brasileiro, os quais listamos a seguir:
Planaltos em bacias sedimentares: consistem em terrenos elevados e aplainados que se formam, como o nome sugere, nas áreas de bacias sedimentares. Nos seus arredores, estão localizadas as depressões periféricas, enquanto, na transição do planalto para a depressão, se formam as cuestas. Exemplos: planalto da Amazônia oriental, planaltos e chapadas da bacia do Parnaíba (região Nordeste do país) e planaltos e chapadas da bacia do Paraná.
Planaltos em intrusões e coberturas residuais de plataformas: constituídos por formas isoladas, como morros e serras, associados a derrames de basalto e afloramentos rochosos. Exemplos: planaltos residuais norte e sul amazônicos e planaltos e chapadas dos Parecis (estende-se por parte do Mato Grosso até Rondônia).
Planaltos em núcleos cristalinos arqueados: formados no cinturão orogenético atlântico, nas áreas de dobramentos antigos, situados no leste da região Nordeste e na parcela sudeste do estado do Rio Grande do Sul. Exemplos: planalto da Borborema e planalto Sul-rio-grandense.
Planaltos em cinturões orogenéticos: formados em áreas de soerguimento antigo que estão associadas a rochas metamórficas decorrentes de processos intrusivos. Exemplos: planaltos e serras do Atlântico leste-sudeste, planaltos e serras de Goiás-Minas, serras residuais do Alto Paraguai.
As planícies são caracterizadas por terrenos baixos e aplainados formados essencialmente por processos de deposição de sedimentos oriundos das regiões mais elevadas. Identifica-se seis planícies no relevo brasileiro, as quais possuem altitudes que chegam a 220 metros de altitude.
As planícies brasileiras estão situadas na faixa litorânea, tanto ao norte quanto a leste, na extensão por onde corre o rio Amazonas e no Centro-Oeste do país. Assim, são exemplos as planícies do rio Amazonas, na região Norte, as planícies e tabuleiros litorâneos e as planícies e pantanal mato-grossense.
As depressões brasileiras são formas muito desgastadas de relevo derivadas de um intenso processo de erosão que se processou nas bordas das bacias sedimentares, com exceção da depressão amazônica ocidental. Trata-se de terrenos mais baixos do que aqueles situados em seus arredores.
A classificação do relevo brasileiro de Ross identifica um total de 11 depressões. Entre elas estão as depressões sertaneja e do São Francisco, que se estende no litoral nordestino em direção ao interior, compreendendo o vale do rio São Francisco. Nos terrenos correspondentes a essa forma de relevo, as altitudes chegam a até 100 metros.
Por qual motivo descrevem que a geografia do Brasil é ruim?
Três características definem a geografia do Brasil: a Bacia Amazônica, a Savana Tropical e o Planalto Brasileiro. Apesar de haver algumas razões para pensar isso, isso definitivamente não é uma sentença de condenação ao desenvolvimento. Apesar da geografia não ser muito propícia ao rápido desenvolvimento econômico, a geografia do Brasil está longe de ser um empecilho ao progresso econômico. Vamos analisar alguns fatos para expor esse pensamento.
Os Rios brasileiros em geral correm para o interior e desaguam na bacia do Rio Paraná. Este tem um estuário muito raso quando chega ao Rio Prata e até as caravelas portuguesas e espanholas tinham dificuldade de passar ali. O Rio Paraná não é um bom rio para se navegar e definitivamente não se chega ao oceano por ele. O Rio São Francisco deságua no mar, mas não tem nenhum porto importante na sua foz. Os rios amazônicos são bem navegáveis, mas nossas atividades econômicas e e concentração populacional lá são baixas. Nas regiões Sul e Sudeste, há os contrafortes da Serra do mar de até 1.000 m de altitude e não há rios importantes chegando no mar.
Os portos Brasileiros são bem limitados e não são bem localizados, quando comparados com os europeus e americanos. Os rios Missouri e Mississipi formam um corredor imenso e navegável, que percorre os EUA de Norte a Sul e desemboca em New Orleans em um Porto com 40 m de profundidade. Os portos do Atlântico e do Pacífico são de calado muito bons. O Rio Reno percorre boa parte da Europa e desemboca em Roterdã, em um porto de 22 m de calado. O Rio Danúbio desemboca no Mar Negro, onde há muitas instalações portuárias. A Europa é cercada de mares e oceanos por todos os lados. Há portos de boa qualidade em muitos países.
Os portos de Santos, Paranaguá e Rio Grande estão na base dos 14 m de calado. É pouco quando comparado com os portos estrangeiros. Os portos de São Sebastião (SP), Angra dos Reis (RJ), Sepetiba (RJ), Tubarão (ES) e Itaqui (MA) têm calado bem mais profundos, mas são dedicados a petróleo e minérios e não a cargas gerais. O motivo pelo qual a importância do calado é referenciado seria por causa dos tamanhos dos navios cargueiros que possam desembocar nos portos, um navio que tenha um calado grande, isto é, uma grande distância entre a quilha do navio (seu ponto mais baixo) e a linha superficial da água, o navio será impossibilitado de atracar nos portos que tenham capacidade de receber navios de calado altos, por causa do seu calado elevado se comparado a capacidade daquele porto de receber navios de desse calado, o porto não receberá e acabará provocando transtornos portuários, foi o que
aconteceu em Santos. Vale dizer que há formas de contornar essa desvantagem realizando obras de dragagem nos portos. O porto do Açu, detinha um calado de 16 m, com as obras de dragagem, passou a operar com calados de 25 m, tornando-se no porto de maior calado das Américas.
Apesar disso tudo, nós poderíamos ter desenvolvido ferrovias no sentido leste-oeste, para trazer toda nossa produção para diversos portos ao longo da costa e levar os produtos necessários importados ao nosso desenvolvimento na direção contrária. O Governo Federal investiu na ferrovia Norte-Sul, o que parece ser o planejamento de duas ferrovias, uma com o propósito de levar minério para o norte (concedida para a Vale Logística) e outra com o propósito de levar grãos para o sul (concedida para a Rumo Logística). Está construindo também a Transnordestina, com ramais do Piauí para os portos de Suape e Pecém, mas acho que vai ter pouco apelo econômico. Gastou muito e não vai ter a recuperação econômica. Poderia ter escolhido um desses portos como destino e fazer o ramal só até ele, como medida de economia. Vai ser difícil conceder à iniciativa privada, pelo baixo apelo econômico. Investiu também na ferrovia de integração oeste-leste, a FIOL - mas também não terminou. Vai conceder à iniciativa privada, para que esta termine e explore. Vai do Tocantins até Ilhéus, na Bahia, com 1.527 km. Esta parece que vai ter um propósito econômico mais viável que a Ferrovia Transnordestina. Essas concessões à iniciativa privada podem fazer o transporte ferroviário aumentar sua participação na matriz de transportes no Brasil, reduzir os custos de transportes e alavancar o desenvolvimento nacional.
Apesar da geografia não ajudar muito, essa não é uma sentença que nos condena ao atraso e ao subdesenvolvimento. Nossa paralisia nas decisões e centralização das ações nas mãos do estado é que podem perpetuar esse atraso. Além das dificuldades geográficas, o Brasil não tem sabido também avaliar e estudar bem antes as opções geográficas que têm, decidir quais as melhores e como interligá-las. Ou seja, além da falta de um bom ambiente para investimentos, parece-me que também há é, para variar, falta de planejamento e de realismo para focar nos melhores pontos que temos e potencializarmos suas vantagens, foi o que os EUA e outros países fizeram. Até mesmo uma integração regional ainda é um empecilho para o desenvolvimento da região, pois possibilitaria já ter concluído ferrovias para o Pacífico e aproveitar as bacias hidrográficas do continente para melhorar os ramais logísticos para desembocar em portos para exportação e importação de produtos, por exemplo, as exportações paraguaias são trazidas até os portos de Paranaguá ou Santos no Brasil ainda por carretas. As exportações do Centro-Sul do Brasil saem majoritariamente por Santos, Paranaguá e as do extremo sul saem pelo Porto de Rio Grande, mas foz do Rio Grande.
Uma outra razão que levam a crer no determinismo geográfico é a impossibilidade de criar uma megalópole SP-RJ. Os argumentos não são claros e totalmente confusos, apesar de levar 6 horas entre SP-RJ, a distância média é 430 km, então mesmo indo a 110 km/h não da pra levar menos do que 4 horas dentro da lei, não é uma tirania de distância tão alto, apesar de ser uma geografia um tanto
desafiadora, como a Rodovia dos Imigrantes em SP que tem pilares com até 80 metros de altura para fora do chão, encarecendo todos os custos envolvidos, existem formas de se adaptar ao espaço geográfico, como o caso do Vale do Paraíba, a urbanização no Vale do Paraíba é clara, não há planícies litorâneas, mas o relevo é suave em boa parte do percurso. Além disso, não há como dizer que não há mais espaço de crescimento em SP que já é das 10 maiores cidades do mundo e a maior das Américas, já existe no campo do urbanismo a megalópole Paulista, resultado da conurbação da região metropolitana de São Paulo e a de Campinas, aliado a Santos que formar uma megalópole com uma população de mais de 35 milhões. E há indícios que a tendência é a conurbação com a região metropolitana do Rio, através das grandes cidades, já existentes do Vale do Paraíba. Não adianta só olhar um mapa com relevo e as marcações das sedes das cidades,
precisa olhar imagens de satélite, mapas com as manchas urbanas, assim teria uma visão mais precisa.
Independente disso, relevo nunca foi empecilho para urbanização no Brasil.
Embora certamente existe um gargalo desafiador que é a impossibilidade de usar o rio Tietê. Os estados de São Paulo e Paraná têm boas estradas e ferrovias grandes para transportar as mercadorias até o Porto de Santos, para atravessar a escarpa de São Paulo a Santos, os trens usam um pinhão e uma cremalheira como terceiro trilho . Isso permite que o trem desça e suba em ângulos íngremes. Além disso, os rios Tietê e Paraná têm muitas usinas hidrelétricas. É muito difícil para barcos grandes navegarem lá, pois eles precisam caber nas eclusas. A maior parte das exportações de soja que vem do interior do país ainda vai para o litoral, o que certamente confere a confirmação de que
apenas 0,7% do transporte no país é fluvial.
Aqui está um pequeno artigo sobre o transporte marítimo no Brasil.
Alguns casos incomuns de afirmações que poderia haver fluxo de mercadorias para a Argentina (Rio Paraná), o que é bastante absurdo e fisicamente impossível, ainda mais com a atual crise de seca e vazão do rio, afetando principalmente o porto de Rosário, por onde costuma escoar nada menos que 80% da
exportações argentinas. O Porto de Buenos Aires está localizado no Rio da Prata, que tem pouca profundidade. O rio é muito largo, mas pouco profundo. A capital e adjacências congrega grande parte da população e da economia da Argentina e por isso Buenos Aires é o principal porto. O Rio Paraná e o Rio Uruguai formam o Rio da Prata pouco acima de Buenos Aires (33 km) mas a altitude é pouco acima do nível do mar. Então os rios formam cada um um imenso delta, com inúmeros braços e pouca profundidade. Se algum navio quiser subir o Rio Paraná terá que ser bem pequeno, porque poderia ficar encalhado no rio tão pouco profundo. Mesmo as caravelas portuguesas e espanholas tiveram dificuldade. As duas nações na corrida trás do império inca construirá, batelões, que são barcos bem menores para poder subir o rio. Então descer do Brasil, Uruguai, Paraguai ou Argentina para o Oceano Atlântico, através desses rios não é possível. As exportações paraguaias são trazidas até os portos de Paranaguá ou Santos, no Brasil, por carretas. As exportações do Centro Sul do Brasil saem majoritariamente por Santos, Paranaguá e as do extremo sul saem pelo Porto de Rio Grande na foz do Rio Grande. Além disso, Rosário está mais para o interior e não no litoral.
Outro espantalho são as dificuldades de ir a costa para o planalto acima da Serra do Mar. Já temos toneladas de infraestrutura rodoviária e ferroviária bem conservada que conecta essas duas regiões há um século, especialmente no estado do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, onde a serra é mais desafiadora de superar (a melhor infraestrutura de transporte também está lá). O maior problema do Brasil se chama planejamento político, uma convergência de Estado que nunca tivemos em todos os mandatos eleitos durante a República.
O Brasil com suas particularidades, ainda contém alguns cinturões:
- Norte do Brasil: Cinturão da Extração;
- Nordeste: Cinturão da Cana;
- Centro Oeste: Cinturão do Agro;
- Sudeste: Cinturão da Indústria e Serviços;
- Sul: Cinturão da Pecuária;
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